CANHOTEIRO: coroataense que fez História no futebol

Com grande prazer, inauguramos hoje [04.01.2011] esse novo "canal" de notícias e informações para o povo de Coroatá. Estaremos sempre conectados, divulgando e emitindo opinião sobre os fatos relevantes do dia-a-dia da nossa cidade. E não podendo ser diferente, hoje falarei sobre o saudoso Canhoteiro [filho de Coroatá], que fez História no futebol brasileiro com atuação marcante, inclusive, na Seleção Brasileira.
.
José Ribamar de Oliveira, mais conhecido como Canhoteiro, nasceu em Coroatá - MA no dia 24 de setembro de 1932. Medindo 1,68m, era dono de um drible incomum e de uma desenvoltura incomparável em um gramado.
Suas habilidades, frente ao futebol, o credenciou para o início de uma carreira de incontestável sucesso. Já aos dezessete anos, iniciou sua carreira profissional atuando pelo América de Fortaleza em 1949, chegando pouco depois à seleção cearense. Após cinco anos [em abril de 1954], fora comprado por cem mil cruzeiros pelo São Paulo, clube onde projetou-se para o futebol. Sua estréia  foi contra o Corinthians, à época time do zagueiro Idário, que talvez foi quem mais sofreu com seus dribles. No tricolor paulista disputou 415 partidas, chegando a marcar 103 gols e atuando ainda no jogo de inauguração do Morumbi em 1960, contra o Sporting de Lisboa.
Canhoteiro media 1,68m e era um ponta esquerda extremamente habilidoso. Além da grande velocidade, seu drible costumava entornar os adversários. É um dos maiores ídolos do São Paulo de todos os tempos, sendo também a ser um dos primeiros jogadores do futebol a ter fã clube organizado.
Canhoteiro foi campeão do Torneio Jarrito em 1955 no México, da Pequena Taça do Mundo [Venezuela] e Paulista em 1957 ao lado de Zizinho.
Sua atuação no São Paulo o levou para atuar na Seleção Brasileira de Futebol, onde esteve convocado por três vezes: no Sul-Americano Extra de Lima, na Taça Oswaldo Cruz e na escursão preparatória para a Copa do Mundo de 1958. Na Seleção, Canhoteiro participou de dezesseis partidas, marcando apenas um gol, justamente em sua estréia contra o Paraguai no Estádio Pacaembu em 17 de novembro de 1955.
Contudo, Canhoteiro mantia sua vida ao estilo boêmio que aliada a um extrondoso medo de avião, não foi convocado [às vésperas do embarque para a Suécia] para a Copa do Mundo de 1958. E para seu lugar foi convocado Zagallo, que adquiriu titularidade na Seleção. Em seguida, Canhoteiro sequer foi mais convocado para defender a Seleção brasileira.
Dizia-se que o Mané Garrincha fazia na ponta direita e Canhoteiro fazia na ponta esquerda, mas curiosamente, nunca chegaram a jogar juntos, apesar de terem chegado à seleção na mesma época. Iguais em lado diferentes, Garrincha acabou sendo um mito muito maior, todavia, Canhoteiro possuía o mesmo espírito brincalhão e galhofeiro. Fazia do futebol uma arte, a arte de divertir o público, se divertir e assombrar os companheiros. Ante à possibilidade de marcá-lo, os adversários, muitas vezes, se contentavam em admirá-lo, como se fossem espectadores e não participantes.
Nesse ínterim, sofreu uma séria contusão em um lance casual com o jogador Homero, do Corinthians. Após a contusão, "seu futebol" nunca mais foi o mesmo. Chegou ainda a ser vendido ao futebol Mexicano em 1963 para jogar no Nacional e no Toluca, onde permaneceu por três anos até voltar ao Brasil [já fora de suas melhores condições físicas] para encerrar a carreira no Nacional, de São Paulo, e no Saad, de São Caetano do Sul. Faleceu em São Paulo, no dia 16 de agosto de 1974, aos 42 anos, vítima de problemas cardíacos.
Verdadeiramente muito habilidoso, que de terras coroataenses partiu para brilhar no futebol nacional. Talvez, se tivesse aceitado a convocação e ido para a Copa do Mundo de 1958, tivesse tido um destino de sucesso igual ou melhor que Zagallo [que foi em seu lugar].

Nenhum comentário:

Postar um comentário